Parlamentar diz estar tranquilo
Por Teresa Cristina
Perda do cargo público e devolução do dinheiro ao erário. Essas foram
as penas imputadas pelo Tribunal de Justiça ao prefeito Cícero Almeida,
aos deputados estaduais João Beltrão e Nelito Gomes de Barros, aos
deputados federais Arthur Lira e Paulão, ao presidente eleito do TC-AL
Cicero Amélio, aos ex-deputados Maria José Viana, Adalberto Cavalcante,
Dudu Albuquerque, Fernando Gaia, Celso Luiz e Marcos Ferreira em uma
ação de improbidade administrativa decorrente da Operação Taturana.
O CadaMinuto entrou em contato com alguns dos
condenados. Marcos Ferreira afirmou que irá recorrer da decisão em
instâncias superiores e colocou que a Justiça não levou em consideração
“dados técnicos” apresentados por ele ainda na fase de inquérito das
investigações, que revelaram um desvio de mais de R$ 300 milhões dos
cofres da Assembleia Legislativa.
“Meu caso não foi analisado tecnicamente. Eu paguei o empréstimo com
meus recursos. Inclusive eu fui o único deputado afastado pelo fato de
ter tirado empréstimo”, disse Ferreira à reportagem do CadaMinuto.
O deputado Nelito Gomes de Barros afirmou que, apesar da condenação,
está tranquilo já que da decisão cabe recurso. Ele lamentou que não teve
“direito de defesa” durante o processo. Nelito disse também que em
relação aos empréstimos bancários ele, assim como outros deputados à
época que o dinheiro foi furtado dos cofres públicos, não sabia do
esquema da Mesa Diretora da Assembleia com a gerência da instituição
financeira.
“Todo dia o gerente do banco ligava dizendo que você tinha crédito, mas
eu, e outros como Paulão e Maria José, nem tinha ideia desse acordo da
Mesa. Eu sempre tive negócios agropecuários, coisa de família, e podia
pagar por esses empréstimos. Todo mundo sabe quem fazia parte da Mesa no
período em que foi descoberto esse desvio”, colocou o parlamentar.
Sobre a decisão dos juízes que compõem a Força-Tarefa do TJ que
determinou su a condenação, Nelito afirmou que acredita em um pensamento
direcionado no julgamento dos processos, “apesar de os magistrados não
estarem mal intencionados”.
O deputado colocou ainda que desde que a Polícia Federal deflagrou a
Operação Taturana, em dezembro de 2007, tem sido “nivelado” com os
membros da Mesa Diretora da Assembleia “Venho sofrendo, levando pancada e
cacetada, mas cabe recurso e os nossos advogados estão trabalhando
nisso”, finalizou.
Números do inquérito da Operação Taturana:
Total de volumes do inquérito policial principal: 13
Total de apensos com seus volumes: 330
Número total de folhas do inquérito policial: 94.325
Total de laudos produzidos: 233
Total de pessoas ouvidas: 399
Total de pessoas indiciadas: 110, entre os quais um conselheiro do
Tribunal de Contas, 15 deputados estaduais, 11 ex-deputados estaduais,
um ex-deputado federal, dois prefeitos, três secretários municipais,
cinco candidatos nas próximas eleições, seis bancários, 30 funcionários
da ALE e 10 familiares de políticos.
Carros apreendidos: 30