quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Operação Taturana Condena Parlamentares

Parlamentar diz estar tranquilo


Por Teresa Cristina

Perda do cargo público e devolução do dinheiro ao erário. Essas foram as penas imputadas pelo Tribunal de Justiça ao prefeito Cícero Almeida, aos deputados estaduais João Beltrão e Nelito Gomes de Barros, aos deputados federais Arthur Lira e Paulão, ao presidente eleito do TC-AL Cicero Amélio, aos ex-deputados Maria José Viana, Adalberto Cavalcante, Dudu Albuquerque, Fernando Gaia, Celso Luiz e Marcos Ferreira em uma ação de improbidade administrativa decorrente da Operação Taturana.
O CadaMinuto entrou em contato com alguns dos condenados. Marcos Ferreira afirmou que irá recorrer da decisão em instâncias superiores e colocou que a Justiça não levou em consideração “dados técnicos” apresentados por ele ainda na fase de inquérito das investigações, que revelaram um desvio de mais de R$ 300 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa.
“Meu caso não foi analisado tecnicamente. Eu paguei o empréstimo com meus recursos. Inclusive eu fui o único deputado afastado pelo fato de ter tirado empréstimo”, disse Ferreira à reportagem do CadaMinuto.
O deputado Nelito Gomes de Barros afirmou que, apesar da condenação, está tranquilo já que da decisão cabe recurso. Ele lamentou que não teve “direito de defesa” durante o processo. Nelito disse também que em relação aos empréstimos bancários ele, assim como outros deputados à época que o dinheiro foi furtado dos cofres públicos, não sabia do esquema da Mesa Diretora da Assembleia com a gerência da instituição financeira.
“Todo dia o gerente do banco ligava dizendo que você tinha crédito, mas eu, e outros como Paulão e Maria José, nem tinha ideia desse acordo da Mesa. Eu sempre tive negócios agropecuários, coisa de família, e podia pagar por esses empréstimos. Todo mundo sabe quem fazia parte da Mesa no período em que foi descoberto esse desvio”, colocou o parlamentar.
Sobre a decisão dos juízes que compõem a Força-Tarefa do TJ que determinou su a condenação, Nelito afirmou que acredita em um pensamento direcionado no julgamento dos processos, “apesar de os magistrados não estarem mal intencionados”.
O deputado colocou ainda que desde que a Polícia Federal deflagrou a Operação Taturana, em dezembro de 2007, tem sido “nivelado” com os membros da Mesa Diretora da Assembleia “Venho sofrendo, levando pancada e cacetada, mas cabe recurso e os nossos advogados estão trabalhando nisso”, finalizou.
Números do inquérito da Operação Taturana:
Total de volumes do inquérito policial principal: 13
Total de apensos com seus volumes: 330
Número total de folhas do inquérito policial: 94.325
Total de laudos produzidos: 233
Total de pessoas ouvidas: 399
Total de pessoas indiciadas: 110, entre os quais um conselheiro do Tribunal de Contas, 15 deputados estaduais, 11 ex-deputados estaduais, um ex-deputado federal, dois prefeitos, três secretários municipais, cinco candidatos nas próximas eleições, seis bancários, 30 funcionários da ALE e 10 familiares de políticos.
Carros apreendidos: 30

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